Entender ou Decorar Conteúdos da Matemática?

O que é Melhor: Decorar ou Entender os Conteúdos da Matemática?
O dilema entre entender ou decorar certos conteúdos da Matemática sempre foi e ainda é debatido por especialistas e educadores em muitas escolas brasileiras, talvez porque os nossos atuais alunos e mesmo alguns professores não estão interessados em aprender ou ensinar as demonstrações, para que haja o entendimento eficaz de certas matérias presentes na Matemática. Eles, apenas estimulam a decoreba dos diversos conteúdos e memorização das fórmulas matemáticas, o que após pouco tempo, se perdem no esquecimento. Este fato, muitas vezes, pode ser justificado, porque tais demonstrações nunca são cobradas em provas e testes matemáticos. Não devemos julgar esta anomalia de responsabilidade somente dos professores, mas talvez porque isso seja fruto equivocado da tão propagada "contextualização", que vem pregando que o aprendizado esteja voltado somente para aplicações presentes na vida cotidiana dos aprendizes.  Saber Matemática, segundo alguns pesquisadores, é também saber identificar noções e teoremas como elementos de um corpus cientificamente e socialmente reconhecido. Pode ser ainda, formular definições, enunciados de teoremas desse corpus e demonstrá-los de forma que haja o entendimento correto do conteúdo desenvolvido. Na visão de "Douady" (1994), as noções e os teoremas matemáticos têm status de objeto. Eles são descontextualizados, despersonalizados e atemporais, o que pode levar a um entendimento equivocado por parte de alguns mestres do ensino de matemática no contexto atual na educação em nosso país. 

Mas, o que temos verificado no ensino atual de Matemática?
Segundo a mídia e pesquisas atuais, envolvendo o ensino e aprendizado de Matemática, apenas 9,3% dos alunos, têm saído do Ensino Médio com aprendizado condizente em nosso país. Exemplificando tal fato, enfatizamos que algum tempo atrás, estive numa grande rede de farmácias, comprando certo medicamento no valor de R$ 26,50 e quando fui pagá-lo no caixa, apresentei uma nota de 20 reais e outra de 10 reais, no total de 30 reais.  A operadora do caixa, para me voltar o troco, recorreu a uma calculadora manual, realizando a conta por duas vezes e muito confusa e pensativa me devolveu corretamente R$ 3,50, perdendo um tempo razoável, pois havia por lá uma fila considerável de pessoas a serem atendidas.

Embora eu tenha lecionado o conteúdo de Matemática no Estado de São Paulo por mais de 10 anos e hoje já esteja afastado das salas de aula há algum tempo, venho notando que o nível de aprendizado vem decaindo ano a ano.

Mas, porque motivo tal fato vem acontecendo?  
Hoje já não se ensina fazendo com que o aluno entenda e aprenda de fato qualquer matéria. Consultando um de meus sobrinhos, que frequenta o ensino médio, perguntei se ele sabia, porque em qualquer triângulo, a relação entre cada lado e o seno do ângulo oposto é sempre a mesma? Ele me disse que não sabia  e que seu professor simplesmente não teria explicado este assunto e que estes, assim como outros conteúdos são apenas memorizados ou decorados, como a Lei dos Senos, etc.  Outro exemplo considerável é que, alguns professores, já não cobram que a tabuada seja aprendida, ou que seja construída a partir da soma de parcelas iguais. Frisando, que se um aluno não se lembrar quanto vale, por exemplo, 8x7, ele pode encontrar o resultado contando o número de pontos existentes em 8 filas de 7 pontos cada.  Entretanto, todo aluno, deve saber que memorizar a tabuada, torna mais agilizado e rápido, efetuar mentalmente os cálculos das operações aritméticas. E, esta memorização pode ser conseguida rapidamente, bastando acessar nosso post aqui neste Blog chamado: Truques e Dicas para Memorizar a Tabuada enfatizando que lá, você vai encontrar dicas preciosas neste sentido.

Saber de cor, quanto vale o volume da esfera que é de: 4/3.(πR³), ou que o volume de qualquer pirâmide, vale um terço do produto da área da base pela altura, pode te ajudar e muito nos cálculos dos volumes destas figuras geométricas, contudo devemos sempre, saber a maneira como estas formulas foram deduzidas, através de raciocínios matemáticos condizentes.  Mesmo, em alguns livros didáticos ou ainda nos exames atuais, como a prova Enem, Prova Brasil, entre outros, os organizadores não se preocupam em cobrar um mínimo de Matemática demonstrativa nas diversas questões propostas.  Sempre soubemos que o ideal é entender primeiramente, para depois memorizar certos conteúdos, pois como já frisamos a memorização de fórmulas e de certos cálculos aritméticos podem agilizar certas operações, proporcionando rapidez na resolução de questões da Matemática, contudo devemos sempre saber como certas fórmulas e macetes foram deduzidos. 

Hoje, no ensino educacional, vemos com muita preocupação a chamada contextualização da Matemática, conforme já frisamos anteriormente, tentando impor o aprendizado através de uma linguagem hermética, nas provas e explicações de conteúdos, visando associar exemplos da vida prática, aos vários campos da Matemática elementar, tentando desmistificar a famosa indagação: “para que serve isso”, talvez por causa da grande aversão dos alunos ao ensino da Matemática. Sabe-se que inúmeros conteúdos matemáticos não podem ser contextualizados como: Os números complexos, A Teoria dos números, muitos teoremas, entre outros, mas que são importantíssimos para a cultura abstrata de certos aspectos educacionais desta disciplina.  Somente para elucidar, esclarecemos que, se os matemáticos gregos tivessem seguido este pensamento equivocado, hoje não teríamos tudo que eles nos deixaram em termos matemáticos, porque naquela época quase nada era utilizável na vida cotidiana deles e com certeza nosso atraso em termos desta ciência seriam muito mais acentuados.  Já os povos romanos e seus matemáticos, apesar de todo progresso por eles alcançados, mas que eram adeptos dos ideais práticos, quase nada acrescentaram para a humanidade em termos da evolução desta ciência. Se a Coreia e mesmo a Finlândia do pós-guerra, tivessem adotado esta postura contextualizada, com certeza elas nunca seriam as potências tecnológicas que gozam nos dias atuais. 


Conclusão:






Sabemos que decorar e memorizar certos conteúdos, especificamente como a tabuada, regras de sinais, regras básicas da aritmética, entre tantos outros, são importantes para realizarmos operações matemáticas mentais e com maior agilidade, evitando-se a perda de tempo e que poderá nos beneficiar em provas e concursos públicos. Mas, antes de decorar é preciso compreender e entender como certos procedimentos são tidos como verdadeiros, porque aquilo que é decorado pode ser apagado com o decorrer de algum tempo, enquanto que aquilo que for entendido ficará mais difícil de ser esquecido.

Quanto a contextualização, que hoje está sendo muito defendida pela atual Educação Brasileira, achamos que ela deve ser melhor avaliada e debatida com a sociedade e com os profissionais da educação, pois não a vemos com bons olhos, uma vez que poderá nos trazer atrasos educacionais enormes num futuro, não muito distante. Basta observarmos os baixos índices no aprendizado da matemática, que são refletidos nos índices educacionais por aqui divulgados, em relação ao que se verifica em outros países do mundo.

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Comentários

  1. caraca, amei demais seu post! Fiz 3 anos de pedagogia e cheguei a seguinte conclusão: vc deveria ter dado aula pra mim hahahaha
    ''apenas 9,3% dos alunos, têm saído do Ensino Médio com aprendizado condizente em nosso país.''
    triste realidade :/
    e eu assino em baixo, pq eu tbm só decorava na hora, depois esquecia tudo :/
    Parabéns pelo seu blog, ele ta demais! *_*
    www.ressurgente.com

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    Respostas
    1. Bom dia Jéssica, agradeço sua visita e o elogio ao nosso modesto Blog. Infelizmente a educação em nosso país, principalmente em Matemática, está muito deficitária e nossos gestores precisam urgentemente adotar medidas para mudar a situação. Um grande abraço e sucesso também a você e ao seu site.

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