Como Eliminar os Erros no Ensino de Matemática?

Será que é possivel eliminar os erros no ensino da Matemática?

Não há dúvidas de que ensinar o que é correto, eliminando todos os erros no ensino de matemática, está na raiz da profissão de qualquer docente deste e também de qualquer outro campo do conhecimento. Pensando assim, por muitos anos pensou-se que era papel do professor identificar os erros e puni-los exemplarmente. O próprio sistema de avaliação que se desenvolveu aqui no Brasil sempre utilizou equivocadamente este critério, punindo de forma contumaz os erros, não só na matemática, mas em todas as demais disciplinas escolares.

Dessa forma, quase todos estudantes eram testados sistematicamente, alguns recebendo notas baixas e, em casos extremos, sendo retidos logo ao final de um ciclo ou de um ano de aprendizado. Mas, será que também podemos aprender a ensinar, observando os erros dos alunos. Não tenha dúvidas de que o erro na matemática, indica quais deficiências o aluno apresenta e só quando sanamos elas ou reforçando estes conteúdos é que haverá sucesso no aprendizado.


Afinal, será que aluno bom é só aquele que acerta tudo? 
Muitas teorias foram desenvolvidas ao longo de todo o século 20, até nossos dias, e vieram nos mostrar que a história não é bem assim, e que estaria errado, quem pensa desta forma. É quase impossível aprender alguma coisa, sem antes, cometermos erros ou alguns equívocos. Os erros fazem parte da aprendizagem, pois são obstáculos que os alunos devem  transpor quando estão em busca do aprendizado e do conhecimento.

Sabe-se que alguns professores ainda não compreenderam que as respostas equivocadas dadas por seus alunos, quando da resolução de qualquer problema ou exercício matemático (mesmo que distante do esperado no aprendizado), têm explicações lógicas e evidenciam avanços significativos em termos de aprendizado. Aqui mesmo em nosso site, você vai encontrar muitos conteúdos, envolvendo o aprendizado e a pedagogia no ensino de matemática, e para acessá-los, procure por nosso marcador chamado: Pedagogia!

Como aprender com os erros matemáticos?






Sabemos de antemão, que aquele aluno que não participa da aula, consequentemente nunca erra, mas ainda assim, vai muito mal nas provas. E, aquele que participa, mas nunca acerta o exercício proposto na sua aula também apresenta dificuldades a serem trabalhadas. São atitudes distintas, que podem indicar que alguma coisa não vai bem, com a forma de aprendizado proposto. Ver o erro como um indicador do raciocínio do estudante, pode possibilitar criarmos situações que o levem a pôr as ideias inadequadas em xeque. Sempre será preciso analisar as incoerências, buscando alternativas para que o aluno perceba onde errou e como deve pensar para sanar o problema. O objetivo de todo bom professor é levar seus alunos a pensarem sobre o que não sabem e, com isso, aproximá-los do conhecimento esperado para o nível em que eles estão frequentando. 

Quais são os tipos de erros mais comuns cometidos pelos alunos?
Para entender os erros que são cometidos pelos alunos, precisamos de muita atenção e foco total no sistema adotado de ensino/aprendizagem, os quais podem ser de diferentes tipos, tais como: 

Construtivo:  É um dos mais comuns e importantes erros, do ponto de vista pedagógico, já que permite colher informações riquíssimas sobre as aprendizagens, dando origem para novas estratégias de ensino/aprendizagem. Quando o professor observa que o aluno explica como pensou e agiu, como fez para chegar a um resultado, mas falhou em alguma etapa de sua estratégia, possibilita ao mestre corrigir e mostrar com clareza o caminho correto. Com isso, o que antes era visto como erro de escrita ou de estratégia passou a ser encarado como parte do processo de aprendizagem.

Conceitual: É aquele erro ocasionado pela não compreensão de determinado conceito ensinado. Se a criança não entendeu precisamente, o que aquela ideia queria dizer, ou não consegue responder à pergunta. Nesse caso, não tem jeito: é preciso dar um passo para trás e retomar o tema, para em seguida dar vários passos para a frente. Por isso explicar novamente é a mágica eficaz para sanar esta dificuldade observada.

Distração: Ocorre quando o aluno possui a estrutura cognitiva necessária para a compreensão de um fenômeno e já se mostrou capaz disso, mas deixa de dar a resposta correta. Nesse caso, basta apontar para ele a falta de atenção e pedir um cuidado maior na realização das atividades. Ver as causas e o porquê deste acontecimento, como uso de conversas paralelas, uso do celular indevido, etc.

Lógica diferente: Acontece quando o aluno lança mão de meios cognitivos alternativos para resolver uma certa questão. Mesmo que a resposta esteja correta, o que está em jogo nesse caso é a aprendizagem da estratégia. Por isso, é importante valorizar o método usado pelo aluno, deixando claro a necessidade de empregar o procedimento específico. 


Compreensão: Trata-se do erro resultante da falta de compreensão pelo aluno, sobre um termo ou conceito do enunciado ou da questão em si, em virtude da questão estar mal formulada. A solução aqui, é propor novas atividades para deixar claro o que está sendo pedido na questão em destaque. 


Falta de didática do professor: É aquele erro que não é de responsabilidade do aluno e indica algum despreparo do professor. É facilmente identificável quando a maioria dos alunos apresenta respostas que indicam a não compreensão do tema trabalhado em sala. Adotar outra forma de ensinar o conteúdo é de fundamental importância em momentos como esse.



CONCLUSÃO:

Hoje, nós como mediadores, mestres, professores e gestores devemos ficar atentos, para os fatos que podem nos indicar as razões para o aprendizado não estar dentro dos padrões mínimos aceitáveis. Observar problemas tais como de indisciplina, falta de interesse e outros relacionados com o rendimento escolar sempre ajudam a encontrar soluções para revertermos a situação inadequada. 
Sabemos que muito dos problemas são agravados pela irresponsabilidade dos gestores educacionais, como governos que não cumprem com suas obrigações e não alocam recursos destinado a formação de professores, disponibilizando recursos tecnológicos adequado para as escolas, salários condizentes aos docentes, etc.   
As avaliações que são propostas e disponibilizadas aos seus alunos, devem além de verificar se os conteúdos foram absorvidos, também apontar eventuais erros a serem sanados, tanto de assimilação da matéria, quanto ao método de ensino adotado pelo professor. Quase sempre, as avaliações propostas aos alunos, também nos indicam, a forma como estamos ensinando e quais mudanças devemos adotar, para sanar os problemas de aprendizado, porque em alguns casos o erro pode estar sendo praticado involuntariamente pelo professor ou até, em alguns casos, pela equipe escolar, que muitas vezes interferem indevidamente nas avaliações dos alunos. Pense nisso! "Para aprender, é preciso errar e mudarmos a postura, tanto para ensinar quanto para aprender e isso, pode ser a solução para estes equívocos"



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