Como Perder o Medo da Matemática!

Alguns estudantes, especialmente nas séries iniciais do ensino básico, afirmam categoricamente que têm medo dos números, cálculos e demais conteúdos da Matemática. Agindo dessa forma, evidentemente eles não se dedicam e se interessam aos estudos porque simplesmente acham que não vão aprender e que certamente vão reprovar ou fracassar nas provas e testes matemáticos. Dessa maneira, fatalmente isso poderá se concretizar, mas cabe ao mestre e professor encorajar seus alunos, incentivando e os motivando aos estudos e ao devido aprendizado. Esse comportamento muitas vezes acompanha o aluno desde as séries iniciais da escola, causando dificuldades ao aluno e ao professor. Ao aluno, porque coloca uma barreira enorme na assimilação dos conteúdos e ao mestre que se depara com dificuldades para ensinar, causando muitas vezes indisciplina e afasia por parte do discente. 

O medo exagerado da matemática está ligado principalmente a enorme quantidade de fórmulas abstratas, teoremas e demonstrações complicadas, quase sempre cobradas pelos professores em suas aulas, sem as devidas demonstrações e explicações claras aos alunos. Entender como e onde esses conteúdos vão ser utilizados, falando da utilidade desses aprendizados podem fazer o discente se interessar mais pelos estudos e quem sabe, despertar eles para os estudos e o correto entendimento dos tópicos abordados. 

O professor, muitas vezes se esquece de que as recreações, brincadeiras e as curiosidades da matemática transformam o medo e a aridez dos números da matemática em algo prazeroso, desenvolvendo amabilidade com a matéria, encorajando os alunos para que se dediquem ao entendimento das matérias estudadas nas aulas escolares. Portanto, a exigência de uso do raciocínio lógico encontrado em jogos educativos e nas brincadeiras, podem ser ao mesmo tempo útil e prazerosa. Se o aluno se interessar pelos estudos, tendo uma aula prazerosa, acolhedora e rica em ensinamentos, certamente vai facilitar o aprendizado da matemática. 

Sabemos que "Malba Tahan", famoso professor de matemática e que também era engenheiro, em suas sobras nos dizia que a união da ciência com o lúdico, transforma a leitura e o estudo dos números num agradável passatempo, especificamente quando abordado nos conteúdos da Matemática Elementar. Ele contudo, não abordou os problemas e contextos mais complexos que envolvessem, por exemplo, os números transcendentes, funções algébricas, logaritmos, expressões imaginárias, curvas trigonométricas, geometrias não euclidianas, funções moduladas, etc. Mas, acreditamos que aprender e saber o básico da matemática já é algo valioso e de valor incomensurável. O alunado, quando motivado e acreditando que pode e vão aprender, certamente irão se dedicar aos estudos nesses temas mais complexos no futuro. O saber matemático vai se consolidando aos poucos, partindo dos temas mais fáceis e elementares para os mais complexos. De nada adianta o professor abordar temas mais complexos, como por exemplo: A hipótese de Riemann, Combinatória e Probabilidade, Funções Trigonométricas, entre outros  e seus alunos não assimilarem a contento tais assuntos discutidos em sala de aula.

Nas séries iniciais do ensino fundamental, devemos abolir por completo as demonstrações algébricas complicadas e as questões que exigissem cálculos numéricos trabalhosos, porque os alunos, em sua maioria, não têm condições suficientes para entender esses estudos mais completos. Com base nos livros e estudos desse autor, ele nos diz que a Matemática deveria ser abordada de modo elementar e intuitiva; e que não teria cabimento, desenvolver estudos sobre os quadrados mágicos, sobre os números amigos ou sobre a divisão áurea numa fase mais inicial de estudos. 

Uma crítica contundente, que podemos observar em uma de suas obras diz que: os professores de Matemática, salvo raras exceções têm, em geral, acentuada tendência para o algebrismo árido e enfadonho. Em vez de abordarem problemas práticos, interessantes e simples, eles se debruçam em conteúdos mais complexos, de difícil entendimento, e exigem sistematicamente de seus alunos a solução de verdadeiras charadas, e problemas cujo sentido para o estudante não chega a ser de utilidade concreta. Éle cita uma frase bastante conhecida de um geômetra famoso que, depois de uma aula ministrada na Escola Politécnica, exclamou radiante: “Hoje, sim, estou satisfeito! Dei uma aula e ninguém entendeu!” Esse comportamento arrogante e descabido em nada contribui para o saber da matemática, levando os alunos ao desânimo e ao fracasso no aprendizado. Em nosso blog nosso leitor pode ler e se inteirar por um artigo oportuno chamado: "O comportamento do professor arrogante" que retrata esse tipo de educador que infelizmente ainda é encontrado em muitas de nossas escolas.

Segundo relatos de Malba Tahan, ele nos diz em seus trabalhos, que o maior inimigo da Matemática é, sem dúvida, o professor algebrista que outra coisa não faz, senão semear no espírito dos jovens essa injustificada aversão ao estudo da ciência mais simples, mais bela e mais útil. Lucraria no entanto, a cultura geral do povo, se os estudantes, plagiando a célebre exigência de Platão, escrevessem nas portas de suas escolas: “Não nos venha lecionar quem for algebrista.”  Consta que certa vez, foi sugerido por um famoso rei um problema a um geômetra de sua corte, que tratava-se de determinar quantos tijolos seriam necessários para a construção de um edifício regular, cujas dimensões eram indicadas naquela questão. A resposta por um de seus seguidores foi rápida e a construção feita veio, mais tarde, demonstrar a exatidão dos cálculos, mas tal fato foi contestado e o professor tido como de um feiticeiro perigoso porque essa solução não seria possível de ser calculada e isso teria sido obra de feitiçaria. 

O matemático François Viète que foi considerado o fundador da Álgebra Moderna também foi acusado de cultivar a feitiçaria em seus trabalhos e estudos. Consta ainda que os historiadores narram esse curioso episódio: “Durante as guerras civis na França, os espanhóis serviam-se, para correspondência secreta, de um código em que figuravam cerca de 600 símbolos diferentes, periodicamente permutados, segundo certa regra que só os súditos mais íntimos do rei Filipe II conheciam. Tendo sido, porém, interceptado um despacho secreto da Espanha, o rei da França Henrique IV resolveu entregar a sua decifração ao gênio maravilhoso conhecido por Viète. E o geômetra não só decifrou o documento apreendido, como descobriu a palavra escrita no código espanhol. E dessa descoberta os franceses se utilizaram, com incalculável vantagem, durante dois anos. Quando Filipe II soube que seus inimigos haviam descoberto o segredo do código, tido até então como indecifrável, ficou muito bravo, tido de grande espanto e rancor, apressando-se em levar ao papa Gregório XIII a denúncia de que os franceses, contrariamente à pratica da fé cristã’, recorriam aos sortilégios diabólicos da feitiçaria, denúncia essa que o santo padre não deu a mínima atenção. Não deixa, porém de ser curioso o fato de ter sido Viète, por causa de seu talento matemático,incluído entre os magos e feiticeiros de seu tempo. 

Nota-se porém que a matemática sempre esteve presente nas civilizações resolvendo problemas desde os tempos remotos e até hoje continua a decifrar e apresentar soluções aos mais diversos problemas modernos. Atualmente com a ajuda dos computadores, ela tem aplicações em muitas áreas do conhecimento, intensificando soluções diversas, por exemplo, levando o homem a conhecer novos planetas, nas áreas médicas ajudando a decifrar códigos genéticos, na área da tecnologia, apresentando soluções aos programas dos celulares e super computadores, entre outras aplicações valiosas que devemos aplaudir enfaticamente.

CONCLUSÃO

Fórmula de Bhaskara
O medo da matemática é um comportamento muito comum entre os alunos das séries iniciais do ensino fundamental e até mesmo do ensino médio e superior. Nos dias atuais esse distúrbio de comportamento ficou conhecido como  Matofobia, medo da matemática ou fobia em matemática. De acordo com muitos especialistas, figura como um trauma psicológico com a disciplina e que envolve questões mal resolvidas por antigos professores, também envolvendo questões de cunho fisiológicas e que isso pode ser passado curiosamente de pai para filho. O aluno já vem para a escola pensando que vai ter problemas com os números e com algumas fórmulas complexas da matemática, porque seus pais e familiares já tiveram contratempos de relacionamento com seus antigos professores e evidentemente reflexos negativos com a disciplina. Infelizmente isso vai se perpetuando com o passar dos tempos, ou seja os alunos mais velhos e já fora da escola também podem transmitir seus medos e frustrações ou esses traumas aos mais novos. Quebrar essas barreiras, demostrando ao aluno, uma forma divertida, eficaz e amigável de aprendizado deve ser a tarefa de todos nós educadores que somos. 

Assim, devemos repensar o modo como estamos agindo e ensinando, e como é nosso comportamento em sala de aula. Ainda, devemos motivar mais nossos alunos para o aprendizado e o gosto dessa importante disciplina escolar, propondo jogos, brincadeiras e outras formas lúdicas de aprendizado. 
Esse problema constatado no ensino da matemática existe e deve ser resolvido por todos envolvidos ou seja envolver não só os alunos, mas professores e gestores da escola, com o apoio necessário dos familiares dos discentes. 

Esperamos que essas dicas, os conselhos e sugestões possam contribuir de alguma forma para um clima mais salutar e amigável na sala de aula. Desejamos que o artigo seja útil e que tenha gostado do mesmo e quem sabe ele possa nortear e contribuir para a melhora da qualidade da educação de matemática em nosso pais. Se gostou do post, pedimos que compartilhem com seus amigos e pares, para que esse conhecimento chegue a todos. O objetivo de nosso espaço é contribuir para aumentar a qualidade de ensino de matemática e o engrandecimento da educação em nosso país. Grande abraço caro leitor e amigo!



  



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