As Pressões e os Desgastes na Profissão de Professor!

Por que a profissão de Professor vem sofrendo desgastes e pressões no Brasil?
Em recente pesquisa envolvendo a categoria dos professores, soubemos que um dos maiores motivos de afastamentos dos docentes no Brasil são consequência das doenças emocionais, psiquiátricas e psicológicas, além daquelas envolvendo desgastes com a voz, seguido de problemas ósseos e musculares, talvez devido as pressões internas e pelo relacionamento conturbado com os alunos em sala da aula. De acordo com o estudo "A Saúde do Professor de uma grande Rede Estadual de Ensino", em recente pesquisa, do total de entrevistados, 27% afirmaram que tiveram de se afastar das salas de aula por diversas razões de saúde. O principal motivo, relatado por 57% dos entrevistados, foi a depressão. Ainda, de acordo com outro levantamento, desta vez realizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - Apeoesp, quase 40% dos professores são afastados de suas funções por problemas de saúde, e tinha como causa os quadros depressivos, afirmando que "As doenças que mais vêm aumentando são as psíquicas, especialmente depressão e estresse",  No estado do Rio de Janeiro, em 2014, noticiou-se que mais de 1.200 professores da rede estadual de ensino foram licenciados por problemas de depressão ou demais transtornos mentais, o que corresponde a 12,5% dos 9.680 mil docentes que tiraram licença médica naquele período. Temos notado que está muito recorrente a mídia de um modo geral publicar constantes notícias com brigas, agressões, desrespeito, como agressões verbais e até físicas envolvendo alunos e professores quando no exercício de sua profissão. Tudo isso, somado as pressões internas que cobram melhoras e sempre maiores índices educacionais estão levando esses profissionais a adoecerem de forma acentuada e mais corriqueira. Acreditamos que tal fato ocorre porque o professor, além de agir sempre como um líder de sala, ou seja, aquele que é responsável pela boa atmosfera, pelo ambiente criador, no qual a reação dos alunos diante de determinada circunstâncias é mais consequência das atitudes dele, do que apropriadamente pertencente aos alunos e também é duramente cobrado pela direção e por gestores para que seja responsabilizado pela qualidade na educação. São constantes os problemas de relacionamento dos professores por causa da indisciplina que assola nossas escolas, e isso com certeza tem causado vários problemas de saúde, pois já tivemos conhecimento de muitos profissionais que ficam extremamente ansiosos e com verdadeiro pânico ao adentrar este ambiente de trabalho. 


No Brasil, sabemos que muitos docentes têm de lecionar em várias escolas, enfrentando classes superlotadas, causando problemas e muitas doenças do aparelho respiratório e da voz, como desgastes na laringe e faringe, órgãos estes responsáveis também pela fala, principal instrumento de trabalho destes profissionais e que também pode ser considerada, acompanhado das doenças psíquicas, como uma das maiores causas de afastamento ao trabalho. Segundo muitos professores, eles têm que usar muito a voz em volume cada vez mais alto, porque com classes superlotadas, fica difícil controlar a indisciplina e isso gera muito barulho, que obrigam o professor a se expressar muito alto. Eles também são afetados muito pelo estresse no início de cada ano letivo, quando muitos têm de batalhar para conseguir classes para realizar seu trabalho, assumindo muitas vezes escolas que ficam a longas distâncias, agravando ainda mais o desgaste financeiro, físico e emocional, pois os seus salários são considerados os menores quando comparados aos diversos profissionais portadores de nível superior.  Infelizmente hoje, segundo pesquisa da Comunidade Internacional de Cooperação na Educação, 74% destes profissionais estão completamente desmotivados com a profissão; e consequentemente muitas mentes brilhantes estão deixando a docência para assumirem outras carreiras e postos mais valorizados como, por exemplo, nas áreas comerciais, financeiras, administrativas e no serviço público. O fato tem provocado uma escassez muito grande destes profissionais e se nada for feito para que novos jovens sejam cativados e motivados ao exercício da profissão, num futuro não muito distante a situação pode ficar ainda mais agravada. 





A realidade da educação no exterior é diferente do Brasil?
Segundo muitos especialistas, entre os quais alguns fora de nosso país, afirmaram que estas doenças mencionadas também ocorrem com professores de outras nações, como na França e outros países desenvolvidos. Eles afirmam que os processos subjetivos inerentes à sala de aula, tomados por meio da centralidade da figura do professor que, por intermédio da linguagem e de atitudes faz suas colocações, defende que esse profissional sofre diversos tipos de pressões ou tensões internas que trazem também um desgaste muito grande e que pode leva-los a sofrer de muitos males como a depressão, entre outras doenças do gênero. Segundo a revista norte-americana Child Development num estudo realizado pelas Universidades da Flórida e Arizona, constatou-se que o processo depressivo dos professores vêm atrapalhando sistematicamente o aprendizado dos seus alunos.

Para a pesquisadora e especialista em  investigação clínica em Ciências da Educação, a francesa Claudine Blanchard Laville, ela afirma que o professor impõe a si mesmo ou, ainda, seu inconsciente impõe diversos tipos de pressões internas, mesmo que ele não tenha pleno conhecimento consciente disto, o que na Psicanálise é chamado de repetições compulsivas.
Ainda, segundo ela, o professor sofre desta maneira, grande influência sobre as decisões e escolhas que toma diante das diversas situações adversas vivenciadas em sala de aula. A elaboração de uma análise interna do sujeito, visando modificar as condições psíquicas que causam estes desconfortos seria necessária e foi objeto de sua pesquisa durante vários anos.
O trabalho envolve a identificação não somente das atitudes do mestre em sala, mas também dos motivos, principalmente de ordem emocional, como ansiedade, medo ou satisfação que determinam tais atitudes. Esse profissional cria uma imagem a si e aos seus alunos, por exemplo, de competência, segurança, etc., que, gerando um certo equilíbrio psíquico, torna-se difícil de ser modificada, mesmo que se assim o fosse, diminuísse as tensões internas deste profissional. Lidar com estes objetos, que podem ser tomados como pertencente à ordem do inconsciente, leva a uma modificação interna do sujeito e à descoberta de si e de suas relações com a fantasia. Segunda a pesquisadora todos professores deveriam ter um acompanhamento da psicanalise para poder compreender, corrigir e até aceitar estas distorções que são consequência do exercício desta nobre profissão. 

Voltando a realidade brasileira, acreditamos que o desgaste na profissão tem sido muito grande, pois além deste profissional ter muitas responsabilidades no processo ensino-aprendizagem, ele ainda está sendo muito cobrado pelos gestores para cumprir metas de aprendizado, que muitas vezes são consideradas absurdas com as condições das escolas atualmente em nosso país.

Veja na figura abaixo, os principais motivos de afastamento dos docentes da rede paulista, em comparação com os demais profissionais na população. Informamos que não são dados recentes, o que sugere que o problema já é antigo, e ainda sem ser solucionado pelos gestores educacionais responsáveis.
Podemos verificar no gráfico que as doenças psíquicas, como depressão e ansiedade, acompanhadas da laringite e rouquidão lideram o motivo dos afastamentos, segundo as estatísticas.

Todos nós sabemos que estamos bem longe daquela educação de qualidade que são almejadas por todos, incluindo governo, gestores, professores e demais envolvidos neste processo. O que vemos hoje, infelizmente é uma escola que não consegue transmitir conhecimentos de forma adequada, onde todos temos uma parcela de culpa nisso. Alguns pais que não educam seus filhos e que transferem indevidamente a função para educar integralmente para a escola, talvez pelo desgaste social, pois tem aumentado o número de separações, causando revolta em muitas crianças e adolescentes em nossa sociedade e também por outras causas de ordem econômica e social. Muitos governantes também por não cumprirem com suas obrigações, e não investem os recursos necessários na educação, portanto não temos recursos para treinamentos e reciclagem adequada de nossos profissionais do ensino, os quais vêm sofrendo com baixos salários e que muitas vezes se obrigam a trabalhar em vários locais para conseguirem sustentar suas famílias. Se quiser saber mais sobre outros problemas pedagógicos, ou encontrar dicas preciosas para o ensino de matemática, recomendamos acessar nosso marcador Pedagogia!  Não descartamos também que temos maus profissionais nas escolas, sejam professores, gestores e diretores que infelizmente não têm capacidade para exercer suas funções numa área tão importante para o desenvolvimento da nação.  No campo do ensino de Matemática não é diferente, pois temos bons e maus profissionais, ou seja aqueles que "vestem a camisa" e também os que fingem que ensinam. Se quiser saber mais detalhes, aconselhamos acessar nosso post chamado: O Algebrismo na Matemática e verá uma crítica muito contundente a estes profissionais que prestam um desserviço à Educação no Brasil.  Mas, deixando de lado os problemas diversos que envolvem o ensino e a educação, como fazer para conseguir uma educação de qualidade? A resposta não é nada simples e envolve muito esforço de todos. Lembra-se o que ocorreu com o Japão após a Segunda Grande Guerra (1939 a 1945), o qual ficou completamente arrasado em consequência dos ataques nucleares nas cidades de Hiroshima e Nagazaki, além de muitas outras sanções militares impostas pelos países vencedores da guerra. O período que se sucedeu ficou marcado pela rápida recuperação e pelos avanços econômicos do país, graças aos investimentos em educação e tecnologia, com ajuda econômica fornecida pelos Estados Unidos, chamado de Plano Colombo, onde todos se uniram para reerguer e o mesmo vir a se tornar uma grande potência mundial. Então, aqui em nosso país, se não houver a união de todos, com investimentos públicos e privados, inclusive com a participação de toda sociedade, não visualizamos uma saída a curto e médio prazo para resolver este problema. 

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