Educação Especial de Matemática!

Todos sem distinção têm direito de frequentar uma escola e ao aprendizado, assim como de se integrar aos demais alunos e se socializar, mas infelizmente quando falamos em educação especial voltadas para alunos com algum tipo de deficiência física ou mental, não é isso que verificamos na prática educativa em nosso país. Nos dias atuais, a oferta da educação escolar especial é muito deficitária e vem se transformando numa verdadeira maratona aos pais e responsáveis em busca de instituições que aceitem as limitações físicas de seus filhos, sendo que para esses, talvez seja a única forma dessas pessoas se igualarem aos demais, buscando aprimorar seus conhecimentos em busca de oportunidades iguais de trabalho, assim como de exercerem sua cidadania de uma forma completa, coerente e normal. Em vista desse dilema, devemos fazer reflexões sobre essas práticas educativas que hoje são adotadas nas escolas tanto públicas, quanto privadas. Quando focamos o ensino e aprendizagem especial de Matemática, esses alunos especiais têm apresentado enormes dificuldades de aprendizado, devido suas condições especiais educativas e que esse fato costuma estar ligado ao pensamento e atenção do educador matemático. Quando estivemos à frente deste problema nas escolas públicas em que atuamos, sempre pensávamos que separar esses alunos dos demais, seria algo muito constrangedor, e expor ou aflorar o suposto "problema". Mas, como conciliar alunos que não ouvem, não enxergam ou que tenham outras dificuldades físicas e até mentais numa sala de aula junto dos demais? Quando menos esperamos, chega-se um novo ano letivo, surgindo novos alunos, com diferentes espectativas e junto novos problemas surgem, como o que acabamos de citar. Então, temos novos desafios: Como desenvolver práticas pedagógicas eficientes voltadas ao(s) aluno(as) com essas necessidades especiais? Muitos sentimentos surgem e nos invadem, como as dúvidas, gerando ansiedades, inseguranças, enfim, ficamos impotentes diante da nova situação, o que nos leva à seguinte indagação: Como fazer para que aquele aluno realmente aprenda? Como lidar com o mundo das idéias matemáticas, sem as representações usualmente utilizadas junto dos demais alunos?

Se a meta de todos pela educação é que ela seja totalmente inclusiva e que ofereça igualdade de oportunidades, então como deveremos agir para que isso de fato ocorra,  qual deveria ser a mola propulsora com o objetivo de maximizar o aproveitamento das atividades educativas que são destinadas a satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem, especificamente no que tange ao aprendizado dos cálculos e a solução de problemas. Assim, acreditamos que é estritamente importante estudar o processo de aprendizagem, bem como da sua concepção para atender esses educandos, considerando a convicção de que todos são capazes de estudar e aprender. Não temos a menor dúvida de que esse aluno quando estiver motivado e usando de materiais didáticos adequados ao seu perfil vai produzir bons resultados, desde que o processo seja feito com amor e de uma forma diferenciada. Quando esse aluno sair de uma escola especial e frequentar uma de ensino convencional, o grande foco pode ser a inclusão, ou seja, a participação normal desse aluno em sala de aula e isso vai ajudar ele a não se sentir rejeitado ou diferente dos demais. Para que ocorra o sucesso no aprendizado de matemática, sugerimos focar o lúdico, ou seja, ensinar utilizando-se de jogos e brincadeiras para motivar e promover o aprendizado dessa importante disciplina escolar. Se quiser encontrar dicas para promover o ensino de matemática utilizando-se desse recurso educativo, sugerimos acessar nosso artigo chamado: Ensinando Matemática com Jogos e Brincadeiras!

Mas, inicialmente é sempre bom fazer uma avaliação deste tipo de aluno, assim como do que ele já sabe, e fazer um planejamento adequado, designando ações individualizadas, para integrarmos esse aluno especial ao grupo. É dever de todos, inclusive da equipe gestora escolar, promover a integração desse discente junto dos demais, inclusive fazendo sua preparação com aulas de reforços quando necessário, atentando para que o professor não fique isolado, com um problema que não esteja preparado, embora seria de extrema importância que ele tivesse treinamento adequado para lidar com essa situação atípica. Nesse momento, a comunicação com esse aluno é de fundamental importância para que obtenhamos sucesso nas relações de aprendizado.

Materiais adequados na educação especial podem alavancar o aprendizado?





Você acha que uma apostila inadequada ou um livro convencional vão ajudar no estudo e aprendizado desses alunos especiais? Claro que não, esse aluno ficaria dependente de alguém para proporcionar a leitura, interpretação dos textos, impossibilitando a realização de atividades matemáticas sozinho, etc. Faz-se necessário utilizarmos de materiais adequados, como livros didáticos em Braile, apostilas personalizadas, teclados adaptados, etc. Muitas editoras já apresentam versões de livros didáticos de todas as disciplinas escolares em braile destinados aos cegos e portadores de deficiências visuais que vão facilitar esse tipo de aprendizado. No Rio de Janeiro, temos conhecimento de que existe um convênio que foi firmado entre o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), com o Instituto Benjamin Constant (IBC) que possibilitará que cerca de 16 mil deficientes visuais sejam favorecidos nessa parceria, onde serão distribuídos para escolas públicas, grande quantidade de livros de 22 títulos de todas as matérias com a escrita em Braile. Existe outras parcerias, inclusive com a PUC do Rio de Janeiro possibilitando acesso aos livros em linguagem Braile para usuários da internet. Para favorecer a efetiva participação e integração desses aprendizes com necessidades educativas especiais é necessária a seleção, adaptação e utilização de recursos materiais tanto para desenvolver suas habilidades perceptivas, seja táteis, auditivos ou visuais, assim como para construir estratégias de conhecimento a fim de desenvolver o processo cognitivo desses seres tidos como especiais. Entretanto, no campo de Educação Matemática, ainda não há um número significativo de informações específicas sobre como se dá o processo cognitivo de aprendizes com “deficiência(s)” particulares, nem que tipo de intervenção pode promover tal processo. 

Dessa forma, nossos estudos centram-se num modelo de aprendizagem destinado para alunos cegos, surdos, e com outras limitações. O desafio é implantar nestes cenários sistemas mediadores, usando-se de tecnologias adaptadas às necessidades especiais destes aprendizes e investigar as relações recíprocas ou respostas colhidas entre as práticas e tecnologias que se referem a aprendizagem matemática. Hoje, existe muitas tecnologias e processos informatizados que favorecem o aprendizado, onde podemos utilizar por exemplo, implementar a comunicação pela leitura Braile, no mercado existe teclados adaptados que tenham recursos inclusivos que vale a pena pesquisar e implementar, cujos benefícios serão mais otimizados nesse tipo de educação citado. Cabe informar que mesmo nos teclados tradicionais utilizados pelas pessoas e alunos comuns existe um recurso que o torna acessível para pessoas com problemas de visão, que são as marcas em alto relevo nas teclas “F” e “J” e também no número “5”, e com certeza isto vai facilitar a orientação no momento da digitação por parte de muitas pessoas com dificuldades visuais. Estas mesmas marcas citadas também podem ser encontradas em outros dispositivos como telefones, máquinas de cartão de crédito, caixas eletrônicos e muitos outros dispositivos, e que tal recurso vai possibilitar a autonomia do deficiente em diversos momentos, entre os quais na educação especial. O teclado pode ser configurado com letras ampliadas, sendo interessante para quem tem dificuldades de enxergar, por ter baixa visão ou uma visão subnormal. Quando as letras e demais caracteres são impressos em tamanho grande e com alto contraste, utilizando-se por exemplo as letras brancas em um teclado preto ou letras pretas em um teclado branco, isso poderia facilitar a digitação e inteiração com o computador. Também existem variações deste tipo de teclado, nas quais as letras ainda estão em alto ou baixo relevo, facilitando a identificação das letras por pessoas cegas que ainda não aprenderam o sistema braille ou se sentem mais confortáveis com este sistema. Para aquelas pessoas e alunos que já aprenderam o alfabeto braille, ainda existem os teclados com esta escrita. As teclas possuem o recurso do alfabeto para deficientes visuais e ainda são encontrados com letras ampliadas para atender a demanda de diferentes tipos de pessoas e suas deficiências particulares. Esclarecemos que esse teclado acessível é bom para aqueles cegos de nascença ou recém-cegos que não tiveram contato com teclados de computadores anteriormente, por facilitar a gravação e a compreensão da posição de cada caractere, mas que, com o tempo, estes pontinhos não serão tão essenciais, porque essas pessoas já se acostumaram com o dispositivo e nem mais precisarão utilizar desse recurso ora citado.

O Planejamento Escolar e as Ações Iniciais Voltadas ao Aluno Especial
Não existe milagre para que o aluno especial se integre e aprenda junto de qualquer escola ou ambiente escolar. O que existe é a implementação de métodos, ações conjuntas, utilizando-se tecnologias e recursos educativos voltados para facilitação desse tipo de aprendizado. Durante o planejamento escolar no início de cada ano letivo, devemos discutir todos problemas e apresentar soluções, propondo inicialmente e em épocas específicas, que sejam mensais, bimestrais, onde cabe aos responsáveis e orientadores escolares, apresentar reflexões e possíveis soluções sobre as interações dos aprendizes e professores, que serão participantes deste cenário educativo. 

Nessa ocasião, devemos avaliar os métodos, os problemas encontrados, e propor soluções e ações para os próximos períodos de estudos e de aprendizado. Seria interessante que os alunos especiais, seus mediadores e professores, assim como os pais e responsáveis participassem desses debates, quando pretende-se propiciar momentos de discussão, pautando-se na temática, buscando-se oportunidades iguais de integração, aprendizagem a todas essas pessoas, em específico aos deficientes visuais, mentais, auditivos e físicos.

Para que haja sucesso na relação de ensino-aprendizagem de todas as crianças, inclusive das que apresentarem necessidades especiais, utilizar do lúdico na sala de aula é de fundamental importância e essa prática deve ser constantemente introduzida, pois desta maneira além de promover a aprendizagem, ainda haverá interatividade destes alunos com os outros na sala de aula devido aos trabalhos em grupos, quando haverá uma salutar troca de opiniões, sugestões, fazendo com que o ensino da matemática seja aprendido de forma mais agradável e igualitária. 


CONCLUSÃO!
Os atletas do Brasil se destacaram nos jogos paralímpicos Rio 2016, conseguindo o almejado 8º lugar nessa competição mundial e deram um exemplo de competência e participatividade, sagrando-se como verdadeiros campeões em suas modalidades esportivas, e isso reflete a força dessas pessoas que apresentam deficiências físicas. Isso nos mostra muito bem a capacidade de superação dessas pessoas, o que indubitavelmente também pode ser conseguido também nas Olimpíadas do conhecimento, envolvendo a educação especial. Durante muito tempo foi-se tratado a educação especial como uma modalidade paralela de ensino, porém hoje, com o direto dos alunos com necessidades especiais frequentarem a ensino regular, este modo paralelo se tornou um suporte de ensino. Contudo, esse aluno, embora esteja frequentando uma escola regular, ainda assim ele tem um acompanhamento paralelo de aprendizado e é muito comum ele ter mais dificuldades em algumas matérias e maiores facilidades em outras. Promover a inclusão vai produzir uma socialização ao aluno especial, o qual já tem enormes dificuldades em se relacionar devido suas condições físicas desfavoráveis. 

Essa é uma área muito nobre do conhecimento e que pode fazer com que todos: gestores, diretores e professores se empenhem numa mediação eficaz dos conteúdos, quando serão potencializados esforços para promover o sucesso na aprendizagem desses alunos, que muitas vezes são deixados de lado, nesse equivocado sistema educacional brasileiro que anda deficitário inclusive na qualidade de ensino mesmo para os alunos tidos como "normais" mas que infelizmente não vêm aprendendo os conteúdos mínimos não só da Matemática, mas em todas as demais disciplinas de estudos. Normalmente quando uma pessoa ou aluno apresenta deficiências físicas como visuais, os outros sentidos ficam muito mais desenvolvidos, para compensar essa "deficiência" e muitas vezes surgem verdadeiros gênios da matemática ou em outras áreas do conhecimento, dependendo do incentivo e motivação aos estudos que podemos disponibilizar aos mesmos.

Espero que tenham gostado do artigo e que o compartilhe com seus amigos e pares, assim como com aquelas pessoas que necessitam desse tipo de conhecimento. Para isso, sugerimos  a utilização dos atalhos que levam as redes sociais e que estão presentes ao final do post, ou ainda indicando nosso endereço aos mesmos.

Concluindo, gostaríamos de abrir espaço para discussões e reflexões, assim como para que nosso caro leitor e porventura os responsáveis e educadores possam colocar seus comentários e ações que foram implementadas em suas escolas nesse tipo de aprendizado, porque isso poderá beneficiar muitas outras pessoas que passam por esse problema nesse momento.
Se ficou dúvidas e quiser nossa opinião, deixe seu parecer no espaço para comentários que teremos o maior prazer em responder assim que possível.

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Finalizando, agradecemos pela visita e apoio. Muito obrigado!
A Matemática Aqui é Simples e Descomplicada!





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